quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Falta de Água no Município de Araras.

A administração do município de Araras está correndo atrás e tentando solucionar emergencialmente esta grave situação – “devemos auxiliar de todas as formas o Saema no que for preciso”.
Mas o espaço exige lamentar profundamente que ações mais preventivas não tenham sido tomadas em tempo. Faço aqui destacar que a APPA, criada em 1997, colocou em prática o projeto Margem Verde, que tinha como objetivo, reestabelecer as áreas de proteção permanente dos corpos d’água, principalmente daqueles que dão guarida freática às nossas represas. A ideia partia da necessidade de manter a água nos cursos d’água e em nosso frágil lençol freático, dando-lhes maiores quantidade e  melhor qualidade,  podendo desta forma alimentar e manter  nossas  represas.  Foram plantadas 1.500.000 mudas de espécies variadas. Não foram suficientes, pois haveria a necessidade de ações subsequentes, com o apoio do Poder Constituído. Absurdamente não fez parte das administrações publicas desta cidade  ações preventivas e ou apoio àquelas em curso,  que pudessem fazer frente a episódios de seca severa, como a que vivemos hoje.
 Na época foi discutido que a região, à montante das represas, poderia se tornar uma APA – “área de proteção ambiental” – com o estabelecimento de restrições de uso, dando preferência a proteção das águas. Não prosperou também.
Mais recentemente, em uma de nossas reuniões plenárias, precisamente no dia 24/03/2011 foi discutido o assunto de abastecimento público da cidade, naquela reunião foi destaque a importância da captação das águas do rio Mogi Guaçú, e a imensa fragilidade das outras captações em reservatórios diretamente dependentes das chuvas, contra a capa de jornais da época, que destacava a possível desativação daquela tomada de água.
Neste cenário triste e emergencial que vivemos hoje, devemos dar as mãos,  e estamos colaborando com a administração municipal participando da discussão e revisão do Plano Diretor.
  O crescimento populacional indica mais de 2000 ( dois mil ) habitantes por ano,  atingiremos 150.000 ( cento e cinquenta ) mil habitantes em uma década e meia,  dado a taxa de crescimento, indicamos de maneira enfática que o princípio base deste importante instrumento norteador da ocupação do uso do solo, é a questão ambiental e em particular a água.

Precisamos atingir 12(doze) m² de cobertura vegetal por pessoa, distribuída na malha urbana, afinal,  “Araras é a cidade das árvores”, precisamos garantir 100 litros/habitante/dia de água potável,  disponibilizada de forma contínua, assim exige a Organização Mundial da Saúde. Nesta linha de raciocínio de proteção humana, enfatizamos a necessidade de que seja construído um Plano Diretor que preveja um crescimento com uma correta ocupação do solo, sua regeneração, e preservação com o objeto de garantir a água em seus cursos superficiais e lençol freático.

Éder H. Presta
Diretor Executivo APPA