No dia 14 de dezembro a APPA
(Associação de Proteção e Preservação Ambiental de Araras) realizou a 2ª Assembleia
Geral Ordinária de 2012. Cerca de 20 pessoas participaram da reunião que
ocorreu na sede do Rotary Club e foi aberta para o público interessado em saber
mais sobre o projeto de revitalização do Lago Municipal – Parque Municipal
“Fábio da Silva Prado”.
Durante a assembleia foram abordados
três temas relacionados ao projeto. Para falar sobre o andamento das obras do
Lago Municipal esteve presente o secretário de Planejamento, Gestão e
Mobilidade, Fábio Augusto Franco. Sobre a instalação do Cras (Centro de
Reabilitação de Animais Silvestres), o presidente do IBPN (Instituto Brasileiro
de Proteção à Natureza), Rogério de Lima e
Silva Caldas e sobre a
gestão ambiental que será implantada no local, o diretor do Departamento de
Meio Ambiente do Saema (Serviço de Água, Esgoto e Meio Ambiente de Araras),
Raul de Barros Winter.
O
secretário de Planejamento, Gestão e Mobilidade iniciou o debate comentando
sobre o atraso da obra. Segundo Franco, o atraso foi devido principalmente a
falta de repasse de verba do Ministério do Turismo, sendo o valor total destinado
exclusivamente para a revitalização de R$1.462.500,00.
Franco explicou
ainda que desde início da reforma do Lago, em agosto de 2011, o projeto passou por
melhorias e está mais simplificado. O espaço contará com jardim sensorial,
espaço com cobertura para prática de exercícios físicos, fonte interativa com
jatos de água, pequeno lago ornamental, além do Cras.
Sobre a finalização do
projeto, o secretário disse que a previsão é para março de 2013, pois o repasse
deve ser concluído após várias cobranças da administração.
Cras
O presidente do IBPN (Instituto
Brasileiro de Proteção à Natureza), Rogério de Lima e Silva Caldas explicou de
inicio como irá funcionar o projeto de reabilitação de animais silvestres,
denominado como ProAraras.
Através
do Termo de Cooperação Técnica firmado com o município, o IBPN irá trabalhar na
implantação e manutenção do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras),
que já se encontra em processo de instalação em área urbana, no caso o Lago
Municipal, e também em uma área rural da cidade, na qual será utilizada como Área
de Soltura e Monitoramento de Animais Silvestres (ASM). Este trabalho conjunto,
que já possui a autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis) visa a reabilitação e reintrodução principalmente
da Arara-Canindé (Ara ararauna) e da Arara-Vermelha (Ara chloropterus) na
cidade de Araras.
O
Cras tem como objetivo cuidar de araras nativas, apreendidas em cativeiro ou
vítimas de acidentes, visando a reabilitação da ave e a reintegração ao habitat
natural. Segundo Caldas, o município será pioneiro nesse projeto de extrema
importância no combate ao tráfico de animais silvestres. “Por ano são
apreendidos cerca de 80 mil animais silvestres e por isso o Ibama e a Secretaria
Estadual de Meio Ambiente estão ansiosíssimos para a implantação do Cras”,
comenta.
O
presidente do IBPN ainda explicou que o local usado como área de soltura e
monitoramento não está sendo divulgado por questão de segurança, pois o
objetivo é evitar o furto desses animais que são muito valorizados no mercado
paralelo.
Durante
a exposição do presidente foram levantados vários questionamentos sobre a
adequação do Lago Municipal para receber as aves, pois elas irão permanecer
justamente no centro da cidade, onde estarão sujeitas a luminosidade e barulho.
Sobre o assunto, Caldas justificou que o Lago, onde funcionará o Cras, será uma
área transitória para poucos animais, que ficarão apenas no tempo necessário
para o tratamento. “As pessoas só poderão ver as aves com acompanhamento de
monitor, pois o Cras não tem o objetivo de expor os animais, e sim
reabilitá-los. Quando as aves estiverem recuperadas, elas irão para a fazenda
para serem reintroduzidas na natureza e permanecerão por mais tempo nesse ambiente
tranquilo”, ressalta.
De
acordo com Caldas, o projeto precisa do envolvimento de todos da comunidade,
principalmente de grupos como a APPA. “Vai ter gente que vai querer vender as
araras, por isso temos que ter uma rede de pessoas conscientes e que denunciem.
Todo mundo será fiscal das aves, pois com isso iremos montar os relatórios de
monitoramento e saber para onde elas estão voando. Quanto mais divulgarmos o
assunto, mais as pessoas irão entender a beleza do projeto”, afirma o
presidente.
Meio Ambiente
O diretor do Departamento de Meio Ambiente do
Saema, Raul de Barros Winter iniciou falando da estrutura do departamento
atualmente e dos trabalhos em andamento. “Estamos providenciando o diagnostico
ambiental do município para termos um plano de gerenciamento. Começamos pelas
nascentes, totalizando mais de 200 em área urbana e rural. Esse trabalho será
feito para recuperar nossas represas, corredores e fragmentos urbanos, indo de encontro
com o projeto ProAraras”, explica.
Winter
também disse que o departamento tem atuado em licenciamento de obras, regularizando represas,
estradas e a Estação de Tratamento de Esgoto, pois sem o licenciamento não se consegue
recurso do governo.
Outro
trabalho que será executado pelo órgão é o plantio 30 mil mudas em uma parceria
com a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) em represas e
parques lineares.
O
diretor comentou sobre a criação do Banco de Áreas Degradadas, no qual são
cadastradas todas as áreas degradas para serem recuperadas através de termos de
compromisso assinados por empresas privadas, sem gerar custo para a prefeitura.
No
final da reunião, o Departamento de Meio Ambiente, o Instituto de Proteção à
Natureza e a APPA firmaram um compromisso de criar um plano de gestão do Lago
Municipal para que o projeto ProAraras seja implantado com sucesso, sem causar
impacto na vida do animais que serão encaminhados ao Cras.
Aryana
Storoli
Coordenadora
de Divulgação e Marketing
