A administração do município de Araras está correndo atrás e tentando solucionar
emergencialmente esta grave situação – “devemos
auxiliar de todas as formas o Saema no que for preciso”.
Mas o espaço exige lamentar
profundamente que ações mais preventivas não tenham sido tomadas em tempo. Faço
aqui destacar que a APPA, criada em 1997, colocou em prática o projeto Margem Verde, que tinha como objetivo,
reestabelecer as áreas de proteção permanente dos corpos d’água, principalmente
daqueles que dão guarida freática às nossas represas. A ideia partia da
necessidade de manter a água nos cursos d’água e em nosso frágil lençol
freático, dando-lhes maiores quantidade e melhor qualidade, podendo desta forma alimentar e manter nossas
represas. Foram plantadas
1.500.000 mudas de espécies variadas. Não foram suficientes, pois haveria a necessidade
de ações subsequentes, com o apoio do Poder Constituído. Absurdamente não fez
parte das administrações publicas desta cidade
ações preventivas e ou apoio àquelas em curso, que pudessem fazer frente a episódios de seca
severa, como a que vivemos hoje.
Na época foi discutido que a região, à montante
das represas, poderia se tornar uma APA – “área de proteção ambiental” – com o
estabelecimento de restrições de uso, dando preferência a proteção das águas. Não
prosperou também.
Mais recentemente, em uma de nossas
reuniões plenárias, precisamente no dia 24/03/2011 foi discutido o assunto de abastecimento
público da cidade, naquela reunião foi destaque a importância da captação das
águas do rio Mogi Guaçú, e a imensa fragilidade das outras captações em
reservatórios diretamente dependentes das chuvas, contra a capa de jornais da
época, que destacava a possível desativação daquela tomada de água.
Neste cenário triste e emergencial que
vivemos hoje, devemos dar as mãos, e
estamos colaborando com a administração municipal participando da discussão e
revisão do Plano Diretor.
O
crescimento populacional indica mais de 2000 ( dois mil ) habitantes por
ano, atingiremos 150.000 ( cento e
cinquenta ) mil habitantes em uma década e meia, dado a taxa de crescimento, indicamos de
maneira enfática que o princípio base deste importante instrumento norteador da
ocupação do uso do solo, é a questão ambiental e em particular a água.
Precisamos atingir 12(doze) m² de
cobertura vegetal por pessoa, distribuída na malha urbana, afinal, “Araras
é a cidade das árvores”, precisamos garantir 100 litros/habitante/dia de
água potável, disponibilizada de forma
contínua, assim exige a Organização Mundial da Saúde. Nesta linha de raciocínio
de proteção humana, enfatizamos a necessidade de que seja construído um Plano
Diretor que preveja um crescimento com uma correta ocupação do solo, sua
regeneração, e preservação com o objeto de garantir a água em seus cursos
superficiais e lençol freático.
Éder H. Presta
Diretor Executivo APPA
Diretor Executivo APPA
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